sábado, 21 de janeiro de 2012

Fênix




Um menino criado em uma religião ortodoxa, embora de renovados conceitos, recebe-lhe sublimes lições sobre Jesus, Deus, este por sua vez bebe como água a saciar-lhe a sede.
Senta-se aos primeiros bancos e ao nobre condutor de almas, elege como Terceiro Pai , já que o primeiro era Deus, segundo seu genitor.
Cresce e aprende a ler, ansiando ler as Sagradas Escrituras, e mergulhar no que acredita ser o universo divino.
Os anos passam o conhecimento cresce, nascem duvidas, questões não respondidas não cessam o desejo de saber, só que não respondendo básicas questões, eram suficientes para colocar antigos heróis e modelos em xeque.
Mais o mais doido de todas as duvidas, era avassalador...
Como pode alguém ser feliz em um Céu sendo que pessoas que amam estão condenadas ao inferno?
E o pior que condenar criaturas ao inferno era condenar criaturas boas ao inferno...
E essa criatura boa, era seu Pai, seu genitor, que se desvelava e desvela-se para dar o melhor dentro de suas mais estreitas possibilidades, simplesmente porque esse ser, ainda não tinha entendido a adorar Deus, em espírito e em verdade, pois ele segundo outras opiniões era idolatra, pois seu templo religioso possuía imagens, de indivíduos que eram e são ditos santos...
Há que Deus era este? perguntava-se o jovem.
E as respostas não vinham...
Sua fé dentro de seu entendimento e sua forma de cultuar e adorar a Deus eram aquela não mudaria...
Nossa aquelas afirmações rasgavam noites, tirando o sono...
Como podes Pai, justamente o senhor que me ensinaram ser todo bondade, condenar este pobre e nobre homem...
Descri...
Na descrença tropecei e cai...
Rompido os laços com eterno... Assim pensava o jovem...
Mas o eterno não rompera os laços com o jovem.
Como assim declarava, o jovem já que, por amor a quem ele via e o amava, e ele admirava suas lutas e amava seus atos, sem pensar mais decidiu, pelo abandono a Deus, agora fadado ao inferno, vou desfrutar-me dele...
Tudo o que no passado próximo era ilícito, bebidas todas, eram agora licitas, cigarro chupeta do dito demônio, era adereço predileto do jovem.
Maconha era a ervinha do capeta a levar á viagens sem sair do lugar, paixão pela  cocaína foi um pulo certeiro, do consumo para venda, para que sustentasse o novo vicio, uma certeza,   o crack não ter viciado nesse foi uma benção , não ter residido nesse submundo tenha embora experimentado, graças a proteção divina não ter ficado dependente.
Decepcionado com "Deus" nasceu um usuário de drogas...
Quando mergulha nas drogas perde o sentido de viver, morre...
Mas por outro lado seres que amavam o jovem junto com Deus, seus Anjos com singelos nomes Mãe e Irmã , não desistiram sequer um minuto dele.
Sua Irmã chega-se a Doutrina Espírita depois de muito andar , enquanto sua mãe permanece em sua fé remanescente, sem saber de nada do que passava passou na cabeça do jovem, apenas decidem orar...
Sua mãe quando ele chegava em altas madrugadas em seus ápices de preocupação, pronta a explodir de raiva  que o filho causava , ouve uma voz que determina "Não brigue. Ore", obediente que és ao divino convite obedeceu...
E o jovem ao chegar a altas madrugadas encontrava a sua mamãe ajoelhada sobre o leito de seu filho orando...
Em bairro distante sua irmã banhada pelos ensinos espíritas utilizava a pratica de o Evangelho no Lar, as quartas feiras dirigidas aos seus irmãos e aos domingos pelo seu lar.
O jovem em sua vida, sem saber que mundos uniam-se por amor, continuava em sua jornada de desperdício de vida.
Quando em um belo dia em sua ultima incursão ao mundo da ilusão, vê seres que se alojam por trás de si e de seus companheiros para partilharem da droga, assusta-se, quase se borra de medo, mas contem-se com medo de ser ridicularizado entre os pares, mais logo outro começa a descrever o que ele já via, mais num fenômeno que parecia que dois seres uniam-se sem que tomassem lugar um do outro, era uma parceria assustadora, mais era uma parceria...
O medo era de todos e o grupo dispersou, na inglória corrida de fugir dos invisíveis, de sua consciência, encontrou sua mamãe, que o convidou a ir ao templo religioso onde originou sua trajetória, mais sua mãe sente que algo lhe falta.
E faz um convite que feriria sua duvida até os dias de hoje...
Filho sei que já não sentes mais o mesmo amor pela antiga fé, que tanto amavas em um passado próximo, então filho de minha alma, porque não tentas te encontrares junto, aos espíritas , pois sua irmã e seu irmão se melhoram muito já, quem sabe não ajuda você...
Pego de surpresa e com medo, considerou a hipótese,  surpresa pois foi um ponto para questioná-lo, quanto ele estava distante de sua família e de seus amados , pois nem sabia que dois de seus três irmãos tornara-se espírita...
Sua irmã feliz que ele ligou reticente ...
Mas querida irmã não encontrarei junto aos espíritas um altar onde devo curvar-me diante de imagens?
Não respondeu-lhe levando-o a decepção...
Pois dentro de seu saber limitado que julgava ilimitado e pensava tudo conhecer, caia de seu pedestal ridículo.
E o Diabo?
Pare com isso disse ela: Ele não existe, pare de pensar sobre o que não sabe e descubra se quiser e puder.
Foi a casa espírita, não viu nada do que imaginava que veria, não ouviu nada que imaginava que ouviria, ninguém quis torná-lo espírita.
Quer algo mais intrigante que isso na cabeça de um jovem convencido, por nada e por ninguém...
Resolveu investigar, quando mais estudava mais amava.
Passou pelo atendimento fraterno, levando o atendente fraterno ao pranto, pois  este entrou em sua narrativa, sonhos e decepção levando o assistido e ao assistente ao pranto, nunca foi olhado em seus olhos tão profundamente, o jovem via no atendente seu Avô que nunca o teve , e o atendente via o neto no jovem , e via todos os jovens naquele jovem.
Para o rapaz um nome se perdeu ao longo dos anos, mas um olhar o marcou, o olhar de um espírita em seus olhos insculpiu em sua alma a frase, nos tua família física e espiritual te amamos.
As flores de uma nova primavera seriam diariamente colhidas, pois cada livro o dizia de Deus e  de amor...
A escuridão do inferno tinha sido clareada apartir daquele momento com a luz do amor infinito...
Extinguiu-se o inferno, o cárcere da consciência e  foi aberto trazendo o alvorecer de Jesus.
Não mais éramos criaturas, pois nunca o fomos, só na errônea forma de entender o excelso Pai, descobrimos que sempre fomos filhos, e que esse Pai compreendia-nos em nossa infância, em nosso infantil jeito de entende-lo e amá-lo.
Que religiões representavam e representam apenas formas de entender Deus.
Pois somente é possível senti-lo no amor, amando.
Assim a antiga ovelha descobriu-se ave, Ave Fênix...
Fazendo-se chama tornando-se cinza e das cinzas renascendo.
Tu és Fênix, voe o universo te aguarda.
Fênix sou Eu..
Da lama á chama...
Fênix és tu ...






Peço que se gostou ou não do que leu deixe-nos um comentário, ou mande-nos um email com suas duvidas e criticas, ou sobre o que gostaria de saber sobre a visão kardeciana que dará ferramentas para outro artigo.
Nosso email : ricardo.kardeciano@hotmail.com
Paz e Bem sempre.

Um comentário:

  1. Ricardo,
    Li o texto e refleti.
    Agora, compreendendo o texto, percebi, uma verdadeira lição de vida...um jovem que para concretizar seu aprendizado reforça suas escolhas em experiências difíceis que trouxeram sofrimento para ele e a sua família. Buscava incessantemente, algo que fosse racional e que lhe tocasse o espírito. Como não conseguiu encontrar, caiu em desespero entregando-se as drogas...precisou chegar ao fundo do poço, o inferno íntimo para depois, voar. E a sua nova descoberta,preenchia seus anseios e questionamentos, libertando da sua fixação mental destrutiva e construindo nova sintonia com o bem. Como a fênix que ressurge das cinzas e galga altos vôos!
    Assim desmistifica a fantasia de que ser melhor é só querer... é preciso desconstruir para construir, e as experiência são necessárias e cada espírito precisa de caminhos diferentes.
    Não sei se me fiz compreender,pois meu conhecimento é limitado, sou prolixa.
    Um grande abraço, amigo, se assim o posso chamá-lo.

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