Era o final de uma tarde de domingo de abril de 1995 em São Paulo, nesse
período vive-se o outono, dias de temperaturas amenas com aquele sol bem amado,
pois geralmente a noite esfriaria.
Esta tarde de outono seria escrito em nossa alma como um dos mais belos
dias de minha vida, graças a nobres irmãos que se compadecia da dor alheia...
Acompanhava um grupo a qual conhecia apenas Darcio, esse grupo eram
pessoas amigas de casas espíritas diferentes mais com um desejo em comum,
fazer o mínimo dentro do possível para atenuar a dor alheia.
Iniciante das ideias espíritas , jovem pronto pra qualquer atividade,
fomos mais sabendo que apenas auxiliaríamos já que nada de minha parte estava
ali naquelas cestas básicas.
Rumamos a uma comunidade carente na Zona Norte de São Paulo,
precisamente no Jardim Peri, o cenário era daqueles que assustava, pois
desconhecíamos tais realidades, casas feitas de Madeiriti, tipo de madeira
usado pra tapar construções, eram estruturas de casas, zinco de placas publicitárias
virava telhado para alguns , ruas de terra que se vermelha que se chover fica
barro, e barro de terra vermelha ele afunda, escorrega e muitas vezes nos leva
ao chão, outras tinham pedaços irregulares de telhas de amianto ou brasilite
como e denominado em Sampa.
Entramos em ruas de terra ate que chegamos ao topo de um morro que sem
exagero deve dar uma altitude próxima de 700 metros, no topo encontramos
um indivíduo que se dizia "dono" do morro, um explicou o que
queríamos ali ele disse-nos sem titubear, peguem as cestas de vocês e após
estarem com elas e não terá cinco minutos para entregar e sair...
Aquela ordem a um jovem era sem tamanha, pois, como podem estabelecer
cinco minutos para executar a obra do Cristo, que aquele ser achava que era,
mais não tínhamos tempo pra pensar e sim para obedecer.
Cada um agarrado a duas cestas se entreolhamos e cada um rumou para a residência
mais próxima, falava agora o instinto de sobrevivência...
O pensamento era entregar e sair se durasse apenas um minuto estava bom
demais...
Entreguei na primeira casa e disse Deus te abençoe. Na cabeça, pensava
grato meu Deus menos uma.
Na segunda batemos na hora que entregamos a senhora de idosa que não
saberia precisar a idade, mais já tinha recebido o sublime toque divino
em sua cabeça , que alvejaram todos os fios de seus cabelos, lembrando algodão
pela suavidade e brancura.
A nobre mulher cai de joelhos aos meus pés agradecendo a Deus e dizendo aleluia,
pois ela não tinha nada para comer e não tinha mais com quem contar e pediu a
Deus que enviasse um Anjo para lhe trazer uma janta, e você vem e traz muitos
almoços e muitas jantas, diz vem Anjo Divino entra na minha casa e fica um
pouco comigo, quero ter a honra de conversar com um Anjo, não sou Anjo sou
apenas uma pessoa que vem em nome de Deus lhe dar algo...
Não me importa modesto Anjo fica comigo, toma um café pois agora tenho
ate café...
Falei pra ela tenho que ir senhora pois preciso voltar, não posso ficar
, já que não podes tem que estar ao lado de Deus não é meu querido, pra
cumprir-lhes as ordens, vou agradecer a ele, mais diga-o que mais que nunca o
amo.
O medo sumira, a paisagem que no inicio para mim era assustadora
desaparecera, aquela senhora tinha me levado ao melhor de todos os sentimentos,
ela escrevera com a alma pura dela em meu coração.
A Angelitude reside no amor.
Aquela senhora mostrou-me Deus de uma forma inimaginável, a sua
confiança era concreta, pois eu sai de lá, com ela convicta de que eu era um
Anjo.
Falamos sobre Promoção Social e concordamos, somo convictos de que
ensinar o individuo a pescar seu próprio peixe para que viva com o bem
essencial que e a dignidade.
Mas mitigar o mínimo possível da fome que existe é ainda essencial,
quando falta alimento para sustentar o corpo sobra fraqueza, e quando não tem
força a vontade não age, e quando a vontade não age falta a fé e que mesmo que
vivo, caminha o individuo ainda morto.
Mas não e somente a fome que faz falta ao coração do homem para que ele
possa caminhar.
Temos a fome de reconhecimento, de sermos vistos , sentidos lembrados e
amados.
Estamos muitas vezes sedentos de uma palavra amiga, e uma palavra nos
arranca da duvida, nos trás um norte, nos traz um lenitivo, nos devolve a vida.
O sublime mandamento de Jesus e único: O meu mandamento e este que vos
ameis uns aos outros , pois assim serão reconhecidos meus discípulos, por muito
se amarem.
Ele não restringiu a ponto algum, pois o templo de Jesus sempre foi a
natureza.
Não perdas a oportunidade aceite o convite que lhe e feito, e ele é
feito de tantas formas.
Em um gesto grosseiro eis um grito por atenção.
Por mais que sua razão te afirme que possuis erros, defeitos e imperfeição
, se decidires por amares para alguém serás um Anjo.
Ame e tu serás Anjo.
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Paz e Bem sempre.
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