segunda-feira, 9 de julho de 2012

Medida do Porco Espinho




Certa vez ouvi um amigo utilizar-se de uma linda imagem para definir o bem viver nas relações humanas...
Por faltar dados em minha memória chamo-a de medida dos porcos espinhos...
Segundo Lenda narrada pelo amigo João Figueiredo, um querido irmão do Ceará.
Em um lugar onde residia uma comunidade de porcos espinhos, assolou um grande inverno que poderia levar a extinção aquela comunidade de porcos espinhos...
Eles precisavam sobreviver, e para sobreviver precisariam se aquecer com o calor de seus corpos, mas não poderiam chegar muito próximos, pois seus espinhos machucariam uns aos outros, então precisaram ficar perto o suficiente para se aquecer, e distante o suficiente para não se machucar.
Todos somos pessoas que precisamos viver umas com as outras, de tal forma que nossos corações possam manifestar o melhor do nosso sentimento de amizade em um clima fraterno que faça com que o mundo se transforme em expressões e manifestações do amor.
Mas dentro dessas necessidades também precisamos nos descobrir como individualidades, e nestas auto descoberta de individualidade, faz com que cada um se torne auto suficiente, auto responsável, pois a responsabilidade confere ao individuo sua maturidade psicológica e espiritual.
É no momento que entendemos que as rédeas de nossas vidas estão em nossas mãos, e não nas mãos de nossos amigos e parentes, e que passamos a nos olhar.
É muito cômodo expor os nossos problemas e pedir e dar a opinião sobre a vida alheia a nossa.
Para quem deseja  a opinião alheia é cômodo, pois se der algo errado, errou por indução de outro.
Quando nos tornamos senhores de nossas escolhas, as opções erro/acerto, nos impulsionam a mudanças, nos impulsionam a criatividade, e com a criatividade a superação.
Este pensamento de, perto o suficiente para se aquecer e distante o suficiente para não se machucar, não é uma afirmação capitalista ou separatista, e sim uma ação de controle de nosso barco navegando pelas águas do mar da vida, é uma conquista.
Pois é Muito comum ver pessoas próximas demais por curto e até mesmo por longo tempo, que se distanciam pelo resto de uma vida inteira, que em um momento faltou coragem de impor limites de até onde as pessoas poderiam e deveriam agir em nossas vidas.
Quando a constante visita adentra o espaço de um casal, de suas horas de descanso entre trabalho e estudo, a visita passa de uma visita, para enfado ou cansaço, já é possível distinguir o toque no interfone, aquele sorriso natural e surpreso de desejosa visita, já passa ser cada dia menos caloroso.
Então em todas as relações humanas nós precisamos descobrir a medida exata do porco espinho...
Perto suficiente para se aquecer e distante o suficiente para não se machucar. 


Ricardo de Lima


Um comentário:

  1. MUITO LINDO! PARABÉNS! É BOM PODERMOS CONTAR COM PUBLICAÇÕES DE BOM GOSTO E, AO MESMO TEMPO, INSTRUTIVAS E EMOCIONANTES. QUE DEUS O ABENÇOE!

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