segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Alma




É muito comum encontrar entre os espiritas, aqueles que de Allan Kardec só leram o Evangelho Segundo o Espiritismo, em ocasião do culto do evangelho no lar, e é comum ouvir  soltar a frase "o evangelho dispensa comentários."  
Mas será que estamos corretos?
Todo texto que lemos deve ser refletido e racionalizado, para que nossa razão, julgue aceite e ou rejeite, mas é necessário uma reflexão.
Uma leitura apressada e transcrita e ou entendida errada para fundamentar um principio, compromete todo o conjunto de uma obra que teria tudo para ser boa, deixa de ser divulgada, como um livro que li, que trata do assunto “perispírito”, que comete o chamado erro de principiante ao interpretar o item ll da Introdução ao estudo da doutrina espirita em o Livro dos Espíritos, cujo o titulo é Alma, Principio Vital e Fluido Vital.
O objetivo não é tratar do erro de meu irmão e sim de tornar evidente a clareza da informação de Allan Kardec...

“Há outra palavra sobre a qual igualmente devemos entender-nos porque é uma das chaves de toda doutrina moral e tem suscitado numerosas controvérsias por falta de uma acepção bem determinada: é a palavra alma. A divergência de opiniões sobre a natureza da alma provém da aplicação particular que cada qual faz desse vocábulo. Uma língua perfeita, em que cada idéia tivesse a sua representação por um termo próprio, evitaria muitas discussões; com uma palavra para cada coisa todos se entenderiam.”

“Segundo uns, a alma é o princípio da vida orgânica material; não tem existência própria e se extingue com a vida: é o puro materialismo. Neste sentido e por comparação dizem de um instrumento quebrado, que não produz mais som, que ele não tem alma. De acordo com esta opinião a alma seria um efeito e não uma causa.”

A opinião destes atribuem a alma, a função que nós espiritas damos ao fluido vital, ou seja, fluido responsável pelo principio da vida orgânica, que vitaliza os órgãos com energia, em uma pálida comparação olhamos como se ele fosse o combustível de um carro, que mantém o carro andando, enquanto o a Alma é o motorista do carro.

“Outros pensam que a alma é o princípio da inteligência, agente universal de que cada ser absorve uma porção. Segundo estes, não haveria em todo o Universo senão uma única alma, distribuindo fagulhas para os diversos seres inteligentes durante a vida; ap6s a morte cada fagulha volta à fonte comum, confundindo-se no todo, como os córregos e os rios retornam ao mar de onde saíram. Esta opinião difere da precedente em que, segundo esta hipótese, existe em nós algo mais do que a matéria, restando qualquer coisa após a morte; mas é quase como se nada restasse, pois não subsistindo a individualidade não teríamos mais consciência de n6s mesmos. De acordo com esta opinião, a alma universal seria Deus e cada ser uma porção da Divindade; é esta uma variedade do Panteísmo.

Como vimos a segunda opinião é diz respeito ao panteísmo que entende que nós não somos individualidades, mas como parte da individualidade de Deus, que todos juntos somos Deus.
O que é muito diferente da idéia espiritista, que entendemos cada ser como individualidade, e que ao dizermos que estamos em Deus e Deus em nós é porque nos interligamos pelo amor, para o Espiritismo a trindade é : Deus, Espirito e Matéria.

Segundo outros, enfim, a alma é um ser moral, distinto, independente da matéria e que conserva a sua individualidade após a morte. Esta concepção é incontestavelmente a mais comum, porque sob um nome ou outro a idéia desse ser que sobrevive ao corpo se encontra em estado de crença instintiva, e independente de qualquer ensinança, entre todos os povos, qualquer que seja o seu grau de civilização. Essa doutrina, para a qual a alma é causa e não efeito, é a dos espiritualistas.


Quando Kardec fala de Espiritualismo ele fala em genero, ou seja, todos que acreditam que existe algo além da morte, céu, inferno ou apenas vida continua e pulsante, ou seja, as doutrinas e as religiões em quase sua totalidade é espiritualista.
Exemplos de Religiões Espiritualistas: Judeus, Muçulmanos, Budistas, Católicos, Evangélicos, Umbandistas e adeptos do Candomblé.
Exemplo de Doutrina : Espirita.
Cada religião ou doutrina é uma espécie ou uma forma de entendimento particular da realidade pós morte.
Mas genericamente entendemos Alma como “Ser moral, distinto, independente da matéria e que conserva sua individualidade após a morte.”
Esta é a interpretação espirita de Alma.

76. Como podemos definir os Espíritos?
– Podemos dizer que os Espíritos são os seres inteligentes da Criação. Eles povoam o Universo, além do mundo material.
NOTA – A palavra Espírito é aqui empregada para designar os seres extra- corpóreos e não mais o elemento inteligente Universal.
134 O que é a alma?
 – Um Espírito encarnado. 
134-a. O que era a alma, antes de unir-se ao corpo? 
– Espírito.
134-b. As almas e os Espíritos são, portanto, uma e a mesma coisa?
 – Sim, as almas não são mais do que os Espíritos.Antes de ligar-se ao corpo, a alma é
um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, e depois reveste temporariamente um invólucro carnal, para se purificar e esclarecer.


Bibliografia: Livro dos Espíritos - Allan Kardec -Edição FEESP - Tradução : J. Herculano Pires
Introdução ao estudo da doutrina Espirita, Questões 76, 134,134A e 134B. 

Um comentário:

  1. Muito bom o teu esclarecimento acerca desse tema, caro Ricardo de Lima. Gostei muito.
    Infelizmente muitos espíritas não gostam de estudar. Vão para os trabalhos mediúnicos em busca dos fenômenos, ou "desenvolver" mediunidade, esquecidos que o conhecimento espírita, embasa a atuação do atuação do espírita em todas as áreas da prática espírita.
    Mas, paciência. Dia chegará para todos, no que se refere ao despertar para a necessidade de iluminar-se através do estudo e sua aplicação no próprio ser.

    Grande abraço da Lu...

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