domingo, 5 de janeiro de 2014

Manutenção da Pobreza


Com a revolução industrial iniciada principalmente na Inglaterra, e em consequência do empobrecimento do solo na agricultura houve uma migração do campo para as cidade urbanizadas e industrializadas  o que culminou uma grande massa de pobres concentrando-se nas cidades.
Devido a cobrança da Igreja dizendo que o Estado era responsável por estes fez com que a Coroa Inglesa criasse a lei dos Pobres, que promoviam os religiosos á Inspetores dos Pobres, de forma que se responsabilizavam em profissionaliza-los o ensinar os ofícios religiosos para conte-los, torna-los obedientes e sobretudo fiéis ao sistema capitalista que dava seus primeiros passos e que culminaria mais tarde  em sua solidificação.
Além de Inspetores da pobreza eram responsáveis por asilos e hospitais, já para com os que não podiam trabalhar era lhe oferecido um valor em dinheiro irrisório que apenas possibilitava a aquisição de milho, batata e trigo.
Proibia a esmola aos chamados á época de mendigos, palavra que não cabe mais em nosso vocabulário já que entendemos que são pessoas que estão em situação de rua.
O que de certa forma vemos reviver essa contribuição irrisória que promovem não o individuo socialmente, mas sim a manutenção da pobreza, com nome de Bolsa Família, Renda Cidadã entre outras, ser contra a transferência de renda não somos, mas defendemos uma transferência de Renda  que realmente combata a miséria e a fome com dignidade a pessoa humana.
Ainda como inspetores da pobreza queremos vigiar quem recebe essas irrisórias bolsas, como se fosse uma grande fortuna, como um vídeo que ficou popular na internet onde uma mãe dizia que não dava para comprar uma calça para filha que custava mais de trezentos reais.
Esquecidos que na sociedade de consumo a qual estamos inseridos ditam normas, modas, valores e comportamento, vivemos o momento da ostentação onde nossos adolescentes sentem a necessidade de ostentação do que se tem, estamos vivendo a desvalorização do ser, pelo ter e oferecer.
Onde o oportunismo determinam as relações.
Já nos recantos pobres de nosso País essas bolsas nem ao menos, oferecem trigo, milho e batatas mas custeiam apenas o açúcar para que misturado a água, dá origem as "garapas" que garantem a subsistência de famílias inteiras como  é documentado pelo diretor José Padilha em uma obra cinematográfica também de nome garapa.
Mas será que somente são essas bolsas inspiradas na Lei dos Pobres de 1601 da Inglaterra que promovem a manutenção da pobreza e a vulnerabilidade social?
Temos e promovemos atitudes assistencialistas como distribuição de forma desordenada de alimento nas ruas...
Por ocasião do inicio da operação Inverno em São Paulo pela Prefeitura de São Paulo e que culminou em um grande mutirão de Assistentes Sociais, Orientadores Sócio Educativos e Funcionários da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social , que contaram 28 Grupos Religiosos que distribuíram ao longo da noite, alimentos , ou seja, não conversavam entre si para uma distribuição sistemática que pudessem atender de forma ordenada.
E essa distribuição de alimentos impedia o encaminhamento para os Centros de Acolhida, os popularmente chamados de Albergues, estes sucateados pela ausência de manutenção e por nascerem de projetos  que apressados apenas para atender de forma paliativa, desta maneira vivemos com falta atendimento humanizado devido ao quadro de Recursos Humanos que é reduzido, temos muitas pessoas a atender e poucas para proporcionar este atendimento.
Além de medidas higienistas que situam pessoas em Centros de Convivência a base de Banho e Televisão, falta colocar Políticas Públicas eficientes e sobretudo um atendimento intersetorial que é objeto de muitos discursos e nenhuma prática.
Como cidadãos que somos precisamos exercer nossa cidadania e promover aos  excluídos um atendimento digno, e atitudes que realmente os reintegre a sociedade.
Não somos contra o trico, o crochê, o artesanato mas não há valorização adequada e digna esse trabalho digno como todos outros para que se promova a autonomia.
Reconhecemos que é necessário combater a fome e a miséria, mas de forma efetiva e eficaz, mais do que mitigar a fome com distribuição de alimentos que mantém nas condições que estão é necessário ações que promovam o desenvolvimento e a reintegração social.
Mais do que oferecer soluções prontas para nortear o movimento espírita o nosso objetivo é de provocar discussões em nossas casas espíritas e rever nossa atuação para que venhamos a atingir um reino de paz e justiça em nosso planeta, desenvolvendo este e nós.


Conheça o autor Ricardo de Lima

5 comentários:

  1. Acho legal a maneira como transmite os seus conhecimentos. Conheci você no Estudo da Doutrina, no Ceje. E desde então, acompanho seu blogger. Também escrevo sobre Espiritualidade, autoconhecimento e reforma íntima no blogger amigafraterna.blogspot.com

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  2. Bom dia Ricardo, interessante ponto de vista, pois o que se tem muito de pensamento dentro do trabalho de assistência por parte de religiosos, é justamente apenas a intenção de caridade (não entendamos essa colocação como um menosprezo quanto a essa atitude que é louvável e divina). Porém esquecemos da responsabilidade que os governantes tem quanto a essa situação, esquecemos (ou na verdade não sabemos) como é gerada essa situação, que foi brilhantemente colocado por você quando explica a questão do modo de produção capitalista, que impõe pela sua lógica de funcionamento situações como essa, onde não se tem preocupação pela vida do ser humano, o que não tinha como ser diferente, uma vez que a função em última instancia do modo de produção Capitalista é justamente gerar lucro, e não atender as necessidades das pessoas. A ignorância em relação a essa e outras situações problemáticas de nossa sociedade, faz com que não consigamos resolver os problemas, e os que deveriam estar administrando na 1ª linha de atuação (governantes) ficam acomodados uma vez que não é chegado até eles tais reivindicações.
    O mais deplorável de tudo isso, é saber que pelos recursos que a humanidade tem hoje, tanto de tecnologia e ciência, quanto aos recursos naturais, passando pelo conhecimento pedagógico e psicológico que se chegou até hoje, é inadmissível que tais situações acontecessem. A humanidade chegou a um ponto de evolução de conhecimento, que garantiria a resolução de 80% ou até mais que isso da resolução de seus problemas. Porém infelizmente todo esse recurso acumulado ainda não se encontra disponível para resolver os problemas dos seres humanos, e sim para gerar lucro.
    Acredito que ser espírita, é também lutar ainda nesse mundo por condições melhores de se viver!
    Abraços.
    Túlio Barros

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  3. Na verdade o que ocorreu não foi o empobrecimento do solo como ainda sugerem os adeptos de Thomas Malthus, que ainda influencia diversos acadêmicos com as ideias de que haveria crescimento exponencial da população e da produção crescimento o crescimento aritimético de tempos em tempo esse pensamento volta com novas roupagens, inclusive alterando a própria historia como na ideia do empobrecimento do solo e o consequente êxodo rural experimentado na primeira revolução industrial como se não fosse possível a técnica daquele momento reverter um processo de empobrecimento de terrenos, algo que não interessava diante da potencial massa de trabalhadores e consumidores que chegariam aos grandes centros urbanos.
    Na verdade o que ocorre é o aperfeiçoamento do sistema que força a levar as cidades mão de obra barata e a contribuição ordenada, muito ao contrário do que se diz e pensa, ordenada de um exercito de reserva que vemos como excluídos e desvalidos, porém que fazem parte do motor do desenvolvimento do capitalismo, isso se nota no estudo de F.Engesl intitulado -" A SITUAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA NA INGLATERRA" texto em que ele viveu in loco o que escreveu.
    Sim, verdade que temos um sistema altamente assistencialista, mas para quem passa pelas dificuldades pouco importa, esse alguém quer mesmo resolver sua abstinência e sofrimento seja lá do que for, mas resta a pergunta para equalizar a dureza social desse país o Padilha e nós espíritas teríamos condições de fazer o que é realmente necessário, quer dizer abrir mão do que temos e possuímos em igualdade que equalize a má distribuição de renda que ninguém toca no assunto, por que temos um sistema onde se paga o mesmo tributos o Eike Batista o José Padilha eu você e todo mundo, sabemos que quem arca com o peso é quem menos possui e como não se fosse pior não taxamos a riqueza e ainda, nós espiritas temos mil argumentos, sobre a responsabilidade da manutenção desta em prol da inteligência e co-criação, falácias que na verdade escondem o orgulho e nossa propensão em manter o que recebemos e temos, um bolsa isso ou aquilo na verdade é baixo e não muda em muito a realidade das pessoas por que onde é para ela gastar esta embutido o maior peso dos tributos, eis o que nos resta, irmão, sacar quais os meandros ideológicos que nos mantém aonde querem que fiquemos.

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  4. Na verdade o que ocorreu não foi o empobrecimento do solo como ainda sugerem os adeptos de Thomas Malthus, que ainda influencia diversos acadêmicos com as ideias de que haveria crescimento exponencial da população e da produção crescimento o crescimento aritimético de tempos em tempo esse pensamento volta com novas roupagens, inclusive alterando a própria historia como na ideia do empobrecimento do solo e o consequente êxodo rural experimentado na primeira revolução industrial como se não fosse possível a técnica daquele momento reverter um processo de empobrecimento de terrenos, algo que não interessava diante da potencial massa de trabalhadores e consumidores que chegariam aos grandes centros urbanos.
    Na verdade o que ocorre é o aperfeiçoamento do sistema que força a levar as cidades mão de obra barata e a contribuição ordenada, muito ao contrário do que se diz e pensa, ordenada de um exercito de reserva que vemos como excluídos e desvalidos, porém que fazem parte do motor do desenvolvimento do capitalismo, isso se nota no estudo de F.Engesl intitulado -" A SITUAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA NA INGLATERRA" texto em que ele viveu in loco o que escreveu.
    Sim, verdade que temos um sistema altamente assistencialista, mas para quem passa pelas dificuldades pouco importa, esse alguém quer mesmo resolver sua abstinência e sofrimento seja lá do que for, mas resta a pergunta para equalizar a dureza social desse país o Padilha e nós espíritas teríamos condições de fazer o que é realmente necessário, quer dizer abrir mão do que temos e possuímos em igualdade que equalize a má distribuição de renda que ninguém toca no assunto, por que temos um sistema onde se paga o mesmo tributos o Eike Batista o José Padilha eu você e todo mundo, sabemos que quem arca com o peso é quem menos possui e como não se fosse pior não taxamos a riqueza e ainda, nós espiritas temos mil argumentos, sobre a responsabilidade da manutenção desta em prol da inteligência e co-criação, falácias que na verdade escondem o orgulho e nossa propensão em manter o que recebemos e temos, um bolsa isso ou aquilo na verdade é baixo e não muda em muito a realidade das pessoas por que onde é para ela gastar esta embutido o maior peso dos tributos, eis o que nos resta, irmão, sacar quais os meandros ideológicos que nos mantém aonde querem que fiquemos.

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  5. Eu concordo com suas palavras,Ricardo,não sou contra o auxilio das bolsas e sim da forma como é conduzida, ora,essa mãe do video que se referiu,ela afirma já ser beneficiada pela bolsa há 14 anos.Já virou vitalícia.E convenhamos,se 14 anos,a pessoa continua necessitando do auxilio,alguma coisa está errada,ou ela não estaria mais necessitando da mesma.As "bolsas" devem ser transitórias, com o intuito de ajudar provisoriamente o individuo a voltar ao mercado de trabalho e tira- lo da miséria por ora.Mas,como é usada como barganha eleitoral,não se faz um trabalho de prevenção, fiscalização e acompanhamento com o indivíduo porque não é esse o intuito dos governantes.Já vivi alguns anos na Inglaterra e lá é feito um trabalho assistencial digno com o intuito de promover o cidadão ao retorno de sua dignidade,não distribuem os benefícios sem um acompanhamento até inseri- lo no mercado e desliga- lo do programa.Caso a caso é acompanhado e o próprio inglês tem interesse em mudar sua situação e a cultura é muito diferente da nossa.Não há coitadismos e eles não se orgulham de estarem sendo auxiliados,querem progredir e se sentirem cidadãos honrados,o que pouco vemos por aqui.

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