domingo, 23 de dezembro de 2012

Minha Confissão.


"É muito diáfana a linha divisória entre a sanidade e o desequilíbrio mental. "
"Transita-se de um lado para outro com relativa facilidade, sem que inicialmente ocorra mudança expressiva no comportamento da criatura."  Manoel Philomeno de Miranda /Divaldo Pereira Franco.

Quando o ser humano se marginaliza, por consequência se fragiliza reagindo como acha que deve, gritando ao mundo muitas vezes sem palavras , através do alcoolismo ou da violência, validando a tese de Manoel Miranda.
Estar entre esses companheiros em provação e expiação redentora é como se estivesse em um hospital de campana aguardando para socorrer os feridos da guerra contra si mesmo...
Optar por estar ao lado do sofrimento e assumir o compromisso de estar pronto para amar e socorrer quando se fizer necessário.
Sem a pretensão chegar ao seu coração imediatamente, pois é preciso saber que um dia poderá representar um centímetro de aproximação, e uma palavra errada pode te distanciar metros...
Podendo comparar a uma desobsessão  que você tem que mostrar mudança de atitudes e demonstrar sentimento para que se possa avançar...
Em muitos dias de trabalho chego a me imaginar como componente de falange de Espíritos que vão as zonas de sofrimento para ajudar os seres perdidos em si mesmos...
Em um dia desses um casal discutia, e um bebe de dois messes, tornava-se um escudo da insanidade...
De um momento a outro a criança escorrega e vai ao chão...
Em minha frente e em mim a emoção se desalinha mas se mantém serena.
O humano com o resquício animal quer saltar, mas a sabedoria toma as rédeas da situação expressando-se  através da ação pacificadora...
Mas a cena nasce e renasce como uma mono-ideia obsessiva e animalesca  a povoar a alma, inspirando-me ao mesmo tempo ódio, inconformação e o desejo de vingança, e desejo de ver a morte de um filho de Deus, por que não me conformava com o ocorrido...
A tensão causa dor de cabeça...
Cheguei em casa com um único desejo...
Um banho...
Após o banho fechei as portas de meu quarto e comecei a contemplar-me e observar tudo aquilo que estava sentindo, e senti o quanto aquela energia era forte estava impregnada em minha alma, o quanto a minha pequenez se revelara-me...
Ajoelhei-me e expressei-me ao pai como se olhasse em seus olhos e comecei a dizer de tudo aquilo que sentia, descrevendo meu ódio, magoa e rancor por tudo que tinha visto...
Dizia-lhe banhado em lagrimas que tinha me auto decepcionado ...
Desnudando-me ante meu meu Pai, o meu amigo, o meu senhor...
As energias se transformaram-me em mim que parecendo que meu quarto tinha virado o universo...
E eu dizia-lhe que tinha decidido-me a amar e só pedia para que ele me ensinasse, com toda minha força com toda minha alma...
Meu corpo parecia uma chama que eram refrescado pelas minhas lagrimas, quando pronunciava impetuosamente como se minha boca gritasse :
Senhor !
Fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver duvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erros que eu leve a verdade.
Onde houver desespero que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza que eu leve alegria.
Onde houver trevas que eu leve a luz.
Ó mestre!
Fazei com que eu procure mais...
Consolar que ser consolado.
Compreender que ser compreendido.
Amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive, para vida eterna.
Nunca até aquele momento a oração atribuída ao pobrezinho de Assis fora tão intensa, revela em prece o desejo de minha alma...
Era como se vislumbra-se Francisco pelas ruas de Assis, em dias chuvosos em busca de socorrer os pobres, era como se o encontra-se em uma noite de lua cheia em Gubio, falando com lodo que atacava as residencias...
A prece me denudava...
Ao desnudar-me me inseria ao melhor de mim...
O lobo dentro de mim, tinha sido amansado pelo amor, pelo meu próprio amor , no amor que me elevava ao bom e ao belo...
Meu corpo já não pesara mais...
Meu coração estava leve...
Sentia uma voz interior:
"O meu fardo é leve, o meu jugo é suave, aprendei de mim que sou manso e humilde de coração."
E quando voltava-me do êxtase da oração, lembrava-me de Paulo de Tarso que ele tinha provado a "Loucura da Cruz.",  pois o chamavam de louco por seguir o Cristo...
Por resolver amar o Ser Humano como ele é, porque de alguma maneira já fomos daquela, maneira.
Que ele era doente, assim como eu...
De que ele é o meu remédio, e eu sou o ombro dele...
Ele é meu irmão, e eu sou irmão dele...
Eis a grande luta do espirita, é de domar as suas más inclinações, vencer a sua animalidade...
Caminhamos do instinto á razão, da razão a angelitude...
Amar é o que quero...



Um comentário:

  1. O pensamento é a bússula que nos leva ao mundo superior.
    Meus parabens pelo blog que é muito bonito.

    Um abraço do amigo Tadeu.
    Nosso blog "Espiritismo para todos".

    ResponderExcluir